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Moscou, 1851; um grupo de aristocratas escapa das ruas cobertas de gelo e se reúne no luxuoso restaurante Chevalier, para um jantar de despedida. Dmítri Oliênin típico representante de uma juventude russa que ficou conhecida na literatura como os “homens supérfluos”, entediado com a vida mundana que leva na cidade, está partindo para a Guerra do Cáucaso. Como oficial do exército russo, Oliênin ficará hospedado em um vilarejo cossaco às margens do rio Terék, próximo às montanhas. Nesse ambiente selvagem, encontrará uma sociedade ainda não de todo contaminada pela “civilização” e, entre caçadas e batalhas, irá se apaixonar pela cossaca Mariana.
Nesta pequena obra prima, Tolstói encontra pela primeira vez sua verdadeira voz como escritor, e aborda os temas que irão permear toda sua obra: a natureza da felicidade, o sentido da vida e o contraste entre natureza e civilização.
Fortemente autobiográfico – o escritor russo realmente foi para a Guerra do Cáucaso e morou em uma vila cossaca –, Os cossacos traz a força da experiência pessoal de Tolstói e, ao mesmo tempo, as grandes questões universais desse que é um dos maiores escritores de todos os tempos.
Liev Nikoláievitch Tolstói nasceu no dia 9 de setembro de 1828, em Iasnáia Poliana, na Rússia. Filho de uma importante família ligada aos Czares, ficou órfão ainda criança. Freqüentou a Universidade de Kazan, onde estudou línguas orientais e direito. Em 1852, depois de ter abandonado as faculdades de direito e letras na Universidade de Kazan e ter acumulado dívidas, Tolstói se alistou no exército, na guarnição do Cáucaso, para lutar na Guerra da Criméia (1853-1856). Inicia em seguida sua carreira literária, inspirado pelas experiências da vida militar. Além de Os cossacos (1863), é autor também de, entre outros, Guerra e paz (1869) e Anna Karenina (1877). Aos 82 anos, após uma fuga de casa, morreu de pneumonia na estação ferroviária de Astápovo, na província de Riaz.